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30-05-2010 00:16

Vídeo

Deixo aqui uma experiência que fiz com as fotos que tinha da turma. Espero grande participação (comentários).

 

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21-03-2010 19:03

Dia Mundial da Poesia

Cântico Negro

 

 

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'

 

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09-02-2010 13:37

Poema da Ética

A cantora Ana Carolina, antes de iniciar um show, faz um desabafo através do poema "Só de Sacanagem" de Elisa Lucinda.

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09-02-2010 13:08

Imperativo Categórico

"(...) Há apenas um imperativo categórico, e é este: Age apenas de acordo com aquela máxima que possas ao mesmo tempo querer que se torne uma lei universal.

(...) Assim, o imperativo universal do dever pode exprimir-se assim: Age como se a máxima da tua acção se tornasse pela tua vontade uma lei universal da natureza."

Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785)

 

Kant apresenta duas formulações do que defende ser o mesmo imperativo categórico. Um imperativo distingue-se de uma máxima; e um imperativo categórico distingue-se de um imperativo hipotético.

Um imperativo é uma ordem de acção.

Um imperativo hipotético é o que tem de ser feito como meio para se atingir um dado fim.

Um imperativo categórico é o que tem de ser feito incondicionalmente.

Uma máxima de acção é uma regra geral à qual uma dada acção obedece.

Questões para reflectir:

1- Pensa que há acções morais que não satisfazem o imperativo categórico?

2- Pensa que há acções imorais que não violam o imperativo categórico?

3- Será que é sempre imoral não ajudar o próximo? Porquê?

4- Mais uma vez, será que temos o dever moral de ajudar os pobres?

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25-01-2010 19:36

Temos ou não o dever moral de ajudar os pobres?

 

Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social

 

Apesar de a União Europeia ser uma das regiões mais ricas do mundo, 17% da sua população não tem os meios necessários para satisfazer as suas necessidades mais básicas.

A pobreza é normalmente associada aos países em vias de desenvolvimento nos quais a subnutrição, a fome e a falta de água limpa e potável são desafios quotidianos. Contudo, a Europa também é afectada pela pobreza e pela exclusão social, onde apesar de estes problemas poderem não ser tão gritantes, são ainda assim inaceitáveis. A pobreza e a exclusão de um indivíduo implicam o empobrecimento de toda a sociedade. A Europa só pode ser forte se utilizar ao máximo o potencial de cada um dos seus cidadãos.

Leia mais aqui e aqui

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25-01-2010 19:11

Não nos deixemos iludir pela retórica...

 

O Referendo ao casamento gay

Os que agora defendem a realização de um referendo já foram contra a sua realização quando se discutiu a despenalização do aborto

 

 

 João Cardoso Rosas

 

A questão do referendo acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo levanta a interessante questão da licitude ético-politica – deixemos de parte a perspectiva estritamente jurídica – da submissão de direitos fundamentais a um mecanismo típico de democracia directa. O problema não se colocou em relação à regionalização. Perante um tema relativo à organização político-administrativa do Estado, era pacífico que se podia, em tese, partir para o referendo, ainda que uns o desejassem e outros não por razões de táctica política. Mas a despenalização da interrupção voluntária da gravidez levantou um problema semelhante. Como também aqui se tocava em direitos fundamentais, colocou-se a questão da legitimidade moral da submissão a referendo.

O que é interessante na actual polémica é a completa inversão de posição por parte de muitos actores políticos e cidadãos anónimos. Ou seja, aqueles que quiseram o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez agora tendem a recusar o mesmo mecanismo para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mutatis Mutandis, muitos dos que agora lutam pelo referendo diziam na altura que o aborto não era referendável porque se tratava da protecção do direito à vida, que, enquanto direito fundamental, não podia estar dependente de maiorias populares. Isto é suficiente para mostrar que, entre muitos activistas, sobra em oportunismo político aquilo que falta em termos de princípios.

Do meu ponto de vista, a submissão de questões de direitos fundamentais a referendo é sempre problemática. A democracia representativa tem enorme vantagem de colocar entraves – embora nem sempre funcionem -, à tendência iliberal da democracia directa. Esta é forte e permanente nos regimes democráticos. Por exemplo, se a pena de morte fosse submetida a referendo em Portugal, é bem provável que fôssemos obrigados a reinstaurá-la. Se, no tempo da escravatura, a sua abolição fosse submetida a referendo, era de esperar que fosse recusada. Felizmente, as assembleias representativas e o seu trabalho legislativo tendem, na maior parte dos casos, a moderar os ímpetos do iliberalismo democrático.

Admito que outros possam pensar de forma diferente e que coloquem maior peso nos mecanismos da democracia directa, sem grandes receios em relação às restrições de direitos fundamentais a que esta pode conduzir. Mas, para serem coerentes, os que assim pensam terão de defender os mesmos mecanismos em ocasiões semelhantes e terão de aceitar os resultados a que esse pretenso “aprofundamento” da democracia conduz.

Em suma, aquilo a que assistimos agora não é um debate sério sobre democracia e participação cidadã. É apenas um debate oportunista. Com raríssimas excepções, aqueles que pedem o referendo sobre o casamento gay querem a todo custo travar a proposta de lei do governo e aqueles que o recusam pretendem fazê-la passar o mais depressa possível. Não há muito mais a acrescentar.

Professor universitário de Teoria Política

Jornal i, quinta-feira, 7 de Janeiro 2010// Ano 1//Número 209

 

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18-01-2010 15:28

Estranhos de Passagem

Proponho a visualização do filme “Estranhos de Passagem”, 2002, Stephen Frears, Reino Unido.

Torna-se fácil, a partir do filme, explorar os conceitos de diversidade cultural, etnicidade, cultura, minorias étnicas, migrações, ética, deontologia, etc.

Consultem este documento DirtyPrettyThings.pdf (398,1 kB) e partilhem as vossas reflexões acerca das temáticas abordadas no filme.

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13-01-2010 21:45

O primeiro dia...

Regista-se o nascimento de um espaço de partilha de conhecimento.

Espero que saibamos criar a nossa "sociedade do conhecimento". Começemos por valorizar o conhecimento e, assim, possamos contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

"A sociedade do conhecimento é compreendida como aquela na qual o conhecimento é o principal factor estratégico de riqueza e poder, tanto para as organizações quanto para os países. Nessa nova sociedade, a inovação tecnológica ou novo conhecimento, passa a ser um factor importante para a produtividade e para o desenvolvimento econômico dos países." (DRUCKER, 1993; LEMOS, 1999; CHAPARRO, 2001; FUKS, 2003; D'AMARAL, 2003).

 

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